terça-feira, 8 de abril de 2008

No Buzu.




Mesmo com o sol apino, o sacode pra lá e pra cá, os freios de arrumação e o aperto, minha imaginação ainda consegue ir longe dentro de um ônibus. Consegui arranjar um lugarzinho lá no fundo, o último do canto.
"Ô beleza! Vai dá até pra tirar um cochilo."
Mas senta uma menina na minha frente e começa a ler o jornal e eu na minha curiosidade, não consegui nem fechar o olho. Fui pegando partes de cada notícia, mas a capa mesmo, eu li bem.
"Em 5 horas, três pessoas foram assassinadas no Paralela Park". Lembro também de outro trecho: "Invasões a condomínios".
Agora sim, mesmo quase no meio do caminho, começou a minha viagem sobre a história (trajetória?) do roubo. Começando pelos ladrões de galinhas até os mais ousados de hoje em dia, como por exemplo, um que fingiu ser amigo do meu primo (e que mandou ele também fingir) na porta de uma igreja, e eu ainda cumprimentei-o com dois beijinhos. Fiquei pensando qual seria a nova tática criativa ou petulante que estaria estampada no jornal de amanhã, até que peguei no sono.
Com alguns quebra-molas e mais dois meninos conversando perto de mim, acordei.
- Viu a barreira que morreu na paralela?
- To ligado! Minha mãe me disse, vou ter até que sair do colégio mais cedo se não é barril voltar pra casa tarde.
- Eu não tenho as duas últimas aulas mesmo, é de química e estamos sem professor.
- Ah! Normal... Ano passado também foi assim, ficamos 2 unidades sem professor de química.
- Pois é, ta mal!
Mais uma vez, minha cabeça não parou. O problema dos roubos, seria a talvez falta de professores de química que implica na falta de estudo, que por sua vez atrapalha as oportunidades de empregos e que assim cada vez mais as pessoas não têm como sobreviver e procuram outras saídas, mesmo que ilícitas? E isso tudo seria culpa de quem? Governo? Professores, Educadores? De quem sonega imposto?
Meu ponto chegou.
Se eu não descesse, ficaria ali dando voltas na cidade, assim como meus pensamentos e assim como o problema e a culpa.

5 comentários:

Anônimo disse...

Prima curti seu texto, fez um jogo interessante de palavras usando inclusive girias para dar um tom mais descontraido ao texto e mesmo assim não fugiu do objetivo de mostrar as desventuras de nossa cidade.
;)

Familia broca po
aehuaehuaehuaehhuaehuae

Anônimo disse...

"Os verdadeiros amigos da
revolução não são os camponeses,
que na primeira oportunidade viram
burgueses. Os verdadeiros amigos
da revolução são os ladrões e
assasinos."

Ser produtor e traficante de cocaina na colômbia e vender pra
playboy americano, depois de 50 anos de política externa americana
neoliberal que mata 10 milhões de
crianças no mundo, é crime?

"Pergunta meu coração, (...)
mas minhas mãos não perguntam nada"

May Aguiar disse...

Olá
Gostei bastante,é um texto reflexivo,questionador !!!
Parabéns
super beijo,
May

Alter Ego disse...

até q os carinhas n eram tão browns assim, falando direitinho e tudo, tá melhor q Val e olha q eles n tem nem professores de quimica auhahuahAHAHAHAUHHAUHA
gostei do texto, tia o/

Suilan Pedreira disse...

Luh,


fiquei feliz de ver que a senhorita anda por aí, devaneando e pensando em coisas que realmente importam,
futura jornalista.

Seu texto está ótimo, assim como seu blog.

Beijo